Jogos indie como Rainy Day trazem uma abordagem única e sensível que pode ser muito útil em psicoterapia, especialmente por suas características de narrativa, imersão e reflexividade. Rainy Day, criado pela Thaisa Moraes, é um jogo narrativo curto sobre saúde mental, ansiedade e depressão. Sua mecânica simples, aliada à temática emocionalmente carregada, oferece uma experiência introspectiva e empática que pode facilitar o diálogo em sessões terapêuticas.
Características dos jogos indie em psicoterapia:
- Narrativas pessoais e intimistas: Jogos indie, como Rainy Day, geralmente exploram temas profundos de uma maneira pessoal, permitindo que os jogadores se conectem com as experiências dos personagens. Isso pode ser usado para trabalhar questões como ansiedade, depressão e conflitos emocionais, ajudando o paciente a se sentir compreendido e validado.
- Exploração emocional: Através de mecânicas simples e visuais minimalistas, esses jogos conseguem focar mais nas emoções e menos em desafios técnicos. Isso cria um ambiente seguro para que os jogadores reflitam sobre suas emoções sem a pressão de “ganhar”. Em psicoterapia, essa abordagem pode ser útil para criar um espaço de diálogo sobre sentimentos difíceis de serem expressos.
- Imersão e metáfora: Muitos jogos indie utilizam a mecânica de jogo como uma metáfora para processos emocionais e mentais. Em Rainy Day, por exemplo, a experiência de “sobreviver” a um dia chuvoso e melancólico reflete as lutas internas de quem sofre com a saúde mental. Esse tipo de metáfora pode ser explorada em terapia para que o paciente reflita sobre suas próprias experiências de forma indireta, promovendo insights terapêuticos.
- Curta duração e acessibilidade: Muitos jogos indie são curtos e fáceis de serem inseridos em uma sessão de terapia. Por exemplo, Rainy Day pode ser jogado em 10 minutos, tornando-o uma ferramenta prática para sessões. A curta duração permite que o terapeuta utilize o jogo como uma intervenção direta, seguida de uma análise emocional em tempo real.
Outros jogos indie relevantes para psicoterapia:
- Celeste (2018): Um jogo sobre escalada de montanha que metaforiza a luta interna da protagonista com depressão e ansiedade. O processo de vencer obstáculos no jogo pode ser usado em terapia para trabalhar temas como perseverança, autoaceitação e resiliência.
- Kind Words (lo fi chill beats to write to) (2019): Um jogo onde os jogadores escrevem cartas anônimas e recebem mensagens de encorajamento de outros jogadores. Ele cria um ambiente de apoio mútuo que pode ser explorado para discutir a importância da empatia e do suporte social.
- GRIS (2018): Um jogo que usa o visual e a jogabilidade para representar o processo de luto e recuperação emocional. As fases do jogo refletem estágios emocionais, e pode ser usado para explorar a adaptação emocional em momentos difíceis.
- Night in the Woods (2017): Trata-se de uma narrativa profunda sobre saúde mental, a vida adulta e as mudanças da vida, em que o jogador acompanha uma jovem lidando com suas emoções e desafios pessoais. Em terapia, ele pode auxiliar pacientes a refletir sobre a transição para a vida adulta e questões existenciais.
- Figment (2017): Este jogo de ação e aventura ocorre dentro da mente de uma pessoa, onde os jogadores enfrentam medos e pesadelos. As batalhas contra as “vozes” negativas e a restauração da paz mental podem ser usadas para abordar temas de saúde mental como ansiedade, fobias e enfrentamento emocional. Ele também explora o poder da imaginação, o que pode ser útil para trabalhar a resiliência e o autoconhecimento.